Cuca Fodida (2018)

(133 págs. com 29 contos: Divina Disneylândia; É batata!; Crônica Póstuma de uma Capivara; Bolinhos de avelã com mousse de chocolate e baunilha; Paranoia; Um ensaio sobre a simbiose; Querido, não é meu!; Zé Sarnento, Presidente de El Dourado; Orifícios nasais; Queimaram a casa do governador!; Chica, a viadeira das espírita, e seus três amores; Coração, pedra partida; michaelJacksonia; BRS3; Jacarés no meu armário; O último funeral; A Santa; Cinemateca infinita no fim do Universo;Isaac e Jacó: Detetives Românticos; O último natal; Pacata; Dr. Bobodavits Bobodágua Bobolitus; Clube Literário: Modo de usar; Não só mais uma face bonita; Incidente Coca-Cola; Uma velha, um facão e um martelo; Senhor Bologogofos e as colegiais japonesas; Seja educado, por favor! ; ? – A vida no além de Amy Winehouse) 


Prefácio 

            Esta é a segunda edição deste livro, a primeira sendo publicada em 2013, sob o nome Parafuso no Espelho. Brilhante nome, sugerido por mim, na época apenas como conselheiro e não como editor. O que é um parafuso no espelho? É um ser humano complexo a se olhar em suas muitas facetas, a enfiar sua mente em um espelho como um tufão, vendo seu próprio reflexo, como também vendo o reflexo do próprio reflexo, num grande emaranhar confuso de sua própria mente. Dá para entender tudo isso pelo nome, não? Por alguma razão nenhum pintor ainda pôde representar isso numa imagem que pudesse servir de capa. Logo decidimos mudar o nome para Cuca Fodia. Tá mais fácil agora de entender, seus desgraçados?

            O que você vai encontrar neste livro, nesta Cuca Fodida? Visões proféticas do passado e do futuro, contos surreais com leves pitadas de humor negro. Acompanhe Dante Alighieri nos horrores da Disneylândia; a filosofia do "É batata!", muito usada por Nelson Rodrigues; descubra como um famoso jornalista brasileiro, o Capivara, foi à lua em 1969; leia as escrituras sagradas da religião dedicada ao profeta Michael Jackson; veja as peripécias de presidente bigodudo do maior país da América Latina, El Dourado; conheça o sexo nasal e suas repercussões na sociedade; acompanhe as desventuras românticas de Orson Welles; seja guiado por John Lennon entre os corredores da maior cinemateca do universo, contendo todos os filmes feitos, além dos só imaginados e os nem sequer pensados; mediunize o pós-vida de Amy Winehouse no céu, e muito mais!

            A maioria desses textos foram produzidos num hospício em que o autor estava internado, ao participar de um clube literário na instituição. E na época da publicação da primeira versão deste livro, a do Parafuso no Espelho, eles foram reproduzidos exatamente como eram apresentados aos outros malucos do hospício, ou seja, seguindo as regras da instituição, como a de não passar de mais de duas páginas por texto, fora que também seguindo as regras da pressão social de fazer rir ou intrigar os outros malucos lá internados, a fim de evitar que algum não recebesse bem a leitura e tentasse esfaquear o autor após a apresentação. Assim, após a sua libertação, já com atestado de sanidade muito bem comprovado, o autor reescreveu várias dessas histórias, se estendendo onde era necessário, ou mudando completamente o rumo dos acontecimentos em outros. Claro, que após isso, enlouqueceu de novo, mas isso aqui não importa. 

            Este é o primeiro livro ao qual não tenho nada de mau a falar sobre o autor, pois perdi uma aposta e não tenho como pagar.

Dr. Salazar “Sal” Mummramad
(Medalha de ouro, na categoria tênis feminino,
pela Argentina, nas Olimpíadas de 1980)

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