Prefácio
Esta é a segunda
edição deste livro, a primeira sendo publicada em 2013, sob o nome Parafuso no
Espelho. Brilhante nome, sugerido por mim, na época apenas como conselheiro e
não como editor. O que é um parafuso no espelho? É um ser humano complexo a se
olhar em suas muitas facetas, a enfiar sua mente em um espelho como um tufão,
vendo seu próprio reflexo, como também vendo o reflexo do próprio reflexo, num
grande emaranhar confuso de sua própria mente. Dá para entender tudo isso pelo
nome, não? Por alguma razão nenhum pintor ainda pôde representar isso numa
imagem que pudesse servir de capa. Logo decidimos mudar o nome para Cuca Fodia.
Tá mais fácil agora de entender, seus desgraçados?
O que você vai
encontrar neste livro, nesta Cuca Fodida? Visões proféticas do passado e do
futuro, contos surreais com leves pitadas de humor negro. Acompanhe Dante
Alighieri nos horrores da Disneylândia; a filosofia do "É batata!",
muito usada por Nelson Rodrigues; descubra como um famoso jornalista brasileiro,
o Capivara, foi à lua em 1969; leia as escrituras sagradas da religião dedicada
ao profeta Michael Jackson; veja as peripécias de presidente bigodudo do maior
país da América Latina, El Dourado; conheça o sexo nasal e suas repercussões na
sociedade; acompanhe as desventuras românticas de Orson Welles; seja guiado por
John Lennon entre os corredores da maior cinemateca do universo, contendo todos
os filmes feitos, além dos só imaginados e os nem sequer pensados; mediunize o
pós-vida de Amy Winehouse no céu, e muito mais!
A maioria desses
textos foram produzidos num hospício em que o autor estava internado, ao
participar de um clube literário na instituição. E na época da publicação da
primeira versão deste livro, a do Parafuso no Espelho, eles foram reproduzidos
exatamente como eram apresentados aos outros malucos do hospício, ou seja,
seguindo as regras da instituição, como a de não passar de mais de duas páginas
por texto, fora que também seguindo as regras da pressão social de fazer rir ou
intrigar os outros malucos lá internados, a fim de evitar que algum não
recebesse bem a leitura e tentasse esfaquear o autor após a apresentação.
Assim, após a sua libertação, já com atestado de sanidade muito bem comprovado,
o autor reescreveu várias dessas histórias, se estendendo onde era necessário,
ou mudando completamente o rumo dos acontecimentos em outros. Claro, que após
isso, enlouqueceu de novo, mas isso aqui não importa.
Este é o primeiro
livro ao qual não tenho nada de mau a falar sobre o autor, pois perdi uma
aposta e não tenho como pagar.
Dr. Salazar “Sal” Mummramad
(Medalha de ouro, na categoria tênis feminino,
pela
Argentina, nas Olimpíadas de 1980)
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