Orgasmo Audiovisual: Louis CK

Um homem está tendo um encontro com uma mulher, vai bem, estão se divertindo, tem muitas coisas em comum. Vêm um grupo de colegiais fortões bêbados gritando na lanchonete onde estão. O homem pede para fazerem silêncio, um dos fortões vai até ele e ameaça o surrar, perguntando o que ele vai fazer contra eles. Ele diz que nada, sendo obrigado a admitir que é fraco - aceita ser humilhado. Eles vão embora, ele conseguiu lidar com a situação de forma que nada escalasse para a violência, porém a mulher ao seu lado acaba de perder todo respeito por ele, não acabarão mais na cama como ela esperava. Ela vai embora, ele vê o fortão e o segue. Acaba em sua casa, bate a porta conversa com os seus pais. Não veio fazer ameaças, só relatar o que aconteceu e esperar que o certo seja compreendido. Os pais pedem desculpas, ele sai. Na porta da casa escuta como a mesma ameaça violenta usada contra ele é usada contra o colegial pelo pai. O pai sai e conversa mais com ele – está cheio de problemas com a vida, com o trabalho, não sabe lidar com o filho. O homem o compreende, como compreende seu agressor e compreende a mulher que o rejeitou. Essa é a vida, a experiência da vida. 

A mais genuína comédia é encontrada no cotidiano, naquele ponto de quebra entre o que as coisas “deveriam ser” e como elas realmente são. É a risada na tragédia. E o melhor lugar para se evidenciar isso é no humor de Loius C. K., mais especialmente em suas duas séries de comédia para tv, Lucky Louie, produzida pela HBO com uma temporada de 12 episódios - já cancelada -, e Louie pela FX - já em sua segunda temporada de exibição. A primeira lidando com as contradições da vida de casado, e a segunda com a vida de solteiro, divorciado.

Orgasmo Audiovisual - Pílulas: O Planeta dos Macacos: Origem

Planeta dos macacos A origem é mais um adição a saga começada em 1968 pelo filme estrelado por Charlton Heston, Planeta dos Macacos. E diferente do desastre do remake de Tim Burton, esse consegue manter a qualidade dos originais. O filme apesar de começar pela visão do cientista interpretado por James Franco, rapidamente é tomado pelo verdadeiro protagonista, Cezar, um chimpanzé a começar sua trajetória épica de herói. E estranhamente é mais fácil se sensibilizar com uma revolta de macacos, que qualquer uma humana. 

 A série original é um saga de cinco filmes, uma série de TV e um desenho animado, que narra a construção desse mundo em que os macacos dominam e os humanos são selvagens incivilizados. Nela podemos ver através do herói Charlton Heston, como é ser tratado como um animal. E depois nos filmes subseqüentes, em que os macacos se tornam os protagonistas, como é ser tratado como um escravo. Cezar se torna de certa forma um ícone revolucionário, e um que por sua situação, acaba acendendo sentimentos de revolta no próprio espectador. Parece mais fácil se sensibilizar por revolucionários fictícios e não humanos que o contrário.

Orgasmo Audiovisual - Pílulas: Os Homens que Não Amavam as Mulheres

Os Homens que Não Amavam as Mulheres, A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar são uma trilogia de livros de detetive escritas pelo jornalista sueco Stieg Larsson. O começo de uma saga de dez livros, deixada inacabada por sua morte duas semanas depois de ter entregue os três primeiros para seu editor. Todos já adaptados para o cinema na Suécia e já com uma versão americana sendo produzida. Conta a história do jornalista Mikael Blomkvist, editor da revista Millenium, especializada em jornalismo investigativo, desmascarando crimes do governo e de grandes corporações. Uma publicação em compasse com sua versão na realidade: a Expo, editada pelo próprio Stieg Larsson, e dedicada a investigar organizações com tendências fascistas e nazistas operando na Suécia. E a história de Lisbeth Salander, uma hacker, especialista em investigar pessoas, uma garota abusada pelo sistema e pelos homens que trabalham nele, baseada na garota que aos 15 anos de idade, Larsson testemunhou sendo estuprada por uma gangue. O ponto de maior destaque em toda a saga não é em si os casos investigados por Blomkvist e Salander, mas a construção de ambos os personagens, sua determinação por lutar contra o que consideram errado, contra forças acostumadas com o poder. Outro destaque, mais aparente nos livros que nos filmes, é o conhecimento político e econômico de Stieg Larsson, que esmiúça em meio a sua narrativa vastos detalhes do presente e passado de corrupção, conspiração e assassinatos no poder sueco. É interessante em comparação a realidade de crimes e corrupção brasileira, ver o outro lado da moeda, a realidade que exporta as armas que consumimos, e importa nossas escravas sexuais.