Desaventuras em série em Salvador

Salvador é a capital da Bahia, conhecida por suas micaretas, acarajés e pelo seu santo padroeiro Michael Jackson. Fui para lá esperando segundo o que me falaram “pessoas dançando a cada esquina”, um lugar exótico em que o Pato Donald, o Zé Carioca e um galo mexicano, que eu nunca me importei de gravar o nome, dançam com a Carmem Miranda. Tudo bem, ela já está morta, mas pelo menos um zumbi dela poderiam ter. Não teve, mas encontrei outros.

Primeiro aviso ao chegar: tome cuidado nas ruas, tudo é perigoso. Aviso que se recebe em qualquer cidade do Brasil e que até hoje nunca me disse nada. Lá, no máximo vi uma luta de ratos pelo conteúdo de uma lixeira. Viciados em crack sempre me pareceram animais inofensivos de olhos vermelhos. Fui-me atrás do acarajé. Já havia comido um gigantesco em Cabo Frio, junto com uma garrafa de 2 litros de água, e agora queria experimentar o original, logo fui no podrão de uma esquina qualquer e comprei um por R$1. Muita massa, pouco camarão, depois do terceiro não agüentava mais o cheiro do óleo de dendê. Cheio ao qual sentiria por metade da cidade nos dias de minha estadia. Um cineasta disse que o espírito de Salvador é uma mistura de urina com óleo de dendê. E o segundo é insuportável 10 minutos depois.