Heidegger, Muito Além do Jardim


Uma hermenêutica do termo ser na história da filosofia é o que busca fazer Martin Heidegger a partir de seu livro o Ser e o Tempo. O ser não é aquele que é, mas sim aquele que é em relação a outro que julga esse ser, que se importa em julgá-lo. Um ente pode ser um ser, mas nem todo ente é. O ente é o fenômeno, aquilo que existe, a coisa em si mesma, e pode ser julgado ou não por um outro como um ser. O ser-aí é o julgador, o ser que se pergunta se é, que se importa. O ser-aí é quem dita o que o ser foi, é e será.

Uma pedra existe, ou melhor um conjunto de entes é julgado por um ser-aí como um ser ao qual é associada a idéia de pedra, a conjunção de vários entes como um único ser. O espaço e o tempo são usados para posicionar os entes que compõem a pedra no ser que o ser-aí a coloca. O ser-aí pode ser o homem, mas também pode não ser. Pode ser o homem que se assumindo como ser-aí, se importando em fazer isso, tenta buscar a interpretação de seus entes formulando um ser. Um ser-aí numa constante dialética consigo mesmo em busca do ser que melhor representará o seu ente, que melhor lhe servirá de espelho. Mas se o homem não se pergunta que é, logo não é. Ou melhor quem é que deu a interpretação do ser pedra aos entes que a compõe? Foi um homem, mas não é este que a mantêm, mas sim a própria idéia a continuar pelo tempo passando por muitos homens. O ser-aí é a informação passada pelo tempo a ditar os seres há muito afastados dos seres-aí que os interpretaram originalmente. A importância de identificar seres nas coisas em si está longe, mas sua interpretação continua.

Choose the Pill!

 
 

Geraldo - O Wolverine Geriátrico

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Zé Sarnento, Presidente de El Dourado

Zé Sarnento anda pelos corredores infinitos de seu palácio de cristal. A luz da lua atravessando as milhares de janelas ao seu redor, vem cobrir seu corpo nu, decorado unicamente por seu espalhafatoso bigode. Ele, inquieto, segura em sua mão uma taça de vinho, a qual bebe na espera do único amigo que lhe restou naquele miserável mundo. Àqueles que não saibam, Sarnento fora, ou melhor é, o trigésimo primeiro, e também, para falar a verdade, último, presidente da grande nação de El Dourado. Grande El Dourado, brilhando como um estrela para o mundo, a primeira potência quando se fala na exportação de almondegas” essas tão insubstituíveis gemas de ouro da culinária. Eleito por uma excelentíssima bactéria, que matou de indigestão o presidente eleito, ao qual havia se imposto como vice, graças a fotos do primeiro vestido de mulher, sendo espancado por um jovem tailandês. Sarnento havia desde então se mantido muito bem no poder, primeiro com uma reeleição – eleitores surrados, caixas de votação queimadas, congressistas comprados e um “tudo vai bem” na tevê - depois com outra - algumas revoltas mais facilmente contidas, mais uns trocados para os congressistas e mais “tudo vai bem” na telinha -, depois com um mandato vitalício - sentimento de impotência geral da população ainda consciente, panças cheias no Congresso e santificação na telona e no Vaticano -, e é claro, por fim, com as subsequentes reconstruções estruturais do seu corpo - ah, que milagre é a engenharia genética!